...SOMOS UM PAÍS DE FÁTIMA E FUTEBOL
Onde está a crise? Hoje ninguém se vai lembrar dela. Cá temos os tradicionais complementos de distracção:
Lisboa e com ela o país, pela TV, aguarda a chegada de Bento XVI para ir a Fátima. O que isso nos custa em momento de crise foi deitado para trás das costas. Durante quatro dias vamos alternando entre imagens televisivas e feriados... Feriados... quando precisamos é de trabalhar! Cortes de trânsito impedindo os que o querem fazer... são de lastimar. A Igreja, à qual eu pertenço, deveria dar o exemplo de sobriedade! O governo que nos pôs nesta situação deveria ter tido o cuidado de fazer o que nos pede: poupar. Tudo o que rodeia esta visita é excessivo. Será que voltamos ao estilo renascentista da corte papal? NÃO TEMOS DINHEIRO PARA ISSO.
Simultaneamente enquanto se continuam as festas pela vitória do Benfica no campeonato nacional, e como nestas coisas da bola não há tempo a perder, já se começou a rediscutir a selecção nacional por causa das escolhas do seleccionador. Certas ou erradas são o tema do dia. Ninguém se atreve a dizer que o mais correcto, dadas as últimas actuações da dita selecção, era não a mandar a lado nenhum e poupar o dinheiro das "férias" que os pequenos (que por muito bons que sejam individualmente quando se encontram jogam cada um para seu lado e para onde lhes dá a vontade) vão usufruir num resort algures na África do Sul. E logo agora em que se começa a perceber diariamente novidades sobre o que a crise nos vai fazer tais como as subidas de impostos e a perda de parte do subsídio de Natal... E o que mais o PM vai deixando cair como quem perde coisas sem querer.
Tinha razão quem no Antigo Regime designava Fátima e o futebol por ópio do povo. Neste momento estão-nos a oferecer uma dose valente. ESPEREMOS PELA RESSACA.
Aviso pessoal para evitar acusações injustas: sou católica, devota de N. Snra. Fátima e benfiquista, mas antes de mais sou uma cidadã portuguesa com os impostos em dia e já declarei o meu IRS
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