sexta-feira, 20 de abril de 2012

O PORTO DE LEIXÕES E MATOSINHOS DE LUTO

Matos Fernandes, presidente da Administração dos Portos do Douro e Leixões, apresentou a sua demissão em carta enviada ao ministro da Economia.

“Fecha-se um ciclo de ouro de década e meio no Porto de Leixões, e espero que se abra outro de ouro e não de ferrugem.” Foi assim que o presidente da Comunidade Portuária de Leixões reagiu, em declarações ao Negócios, à demissão de Matos Fernandes da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL), numa carta enviada ao ministro da Economia, Álvaro Pereira.

Vieira dos Santos, que soube da decisão de Matos Fernandes “ontem à noite”, confirmou que o gestor portuário “tinha tomado a decisão de renunciar ao mandato”. Uma decisão “pessoal e que é de lamentar”, sublinhou.

A indefinição do Governo em torno do modelo de gestão dos portos, sabendo-se da intenção do Executivo de fundir as administrações portuárias, deverá estar na base da apresentação da demissão. O Negócios tentou, sem sucesso, falar com Matos Fernandes.


http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=552287

Após décadas de prejuízo e de quase abandono pelo tráfico internacional, o porto de leixões, debaixo da exemplar Administração de Matos Fernandes tornou-se uma empresa sustentável e de orgulho para o país. Talvez por isso mesmo as administrações dos outros portos, incapazes de lhe seguirem os passos, e o Governo Central, perfeitamente ignorante do que é uma gestão portuária, tenham começado a achar que a junção de todos os portos fosse uma solução. Vivendo á custa de Leixões tememos que o que vá acontecer a este porto, sem Matos Fernandes e uma política adequada, seja cair no fosso em que estão os restantes portos.

Mais uma vez se abandonam os bons modelos que ainda existem neste país por incapacidade e facilitismo de quem nos governa. Esperemos para ver...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

UM POUCO DE HUMOR NESTA DESGRAÇA GLOBAL

Paris-Telheiras - Crónica de João Quadros no Jornal de Negócios de 2012-04-05

"Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram que o Pingo Doce (da Jerónimo Martins) e o Modelo Continente (do grupo Sonae) estão entre os maiores importadores portugueses."
Porque é que estes dados não me causam admiração? Talvez porque, esta semana, tive a oportunidade de verificar que a zona de frescos dos supermercados parece uns jogos sem fronteiras de pescado e marisco. Uma ONU do ultra-congelado. Eu explico.
Por alto, vi: camarão do Equador, burrié da Irlanda, perca egípcia, sapateira de Madagáscar, polvo marroquino, berbigão das Fidji, abrótea do Haiti… Uma pessoa chega a sentir vergonha por haver marisco mais viajado que nós. Eu não tenho vontade de comer uma abrótea que veio do Haiti ou um berbigão que veio das exóticas Fidji. Para mim, tudo o que fica a mais de 2.000 quilómetros de casa é exótico. Eu sou curioso, tenho vontade de falar com o berbigão, tenho curiosidade de saber como é que é o país dele, se a água é quente, se tem irmãs, etc.
Vamos lá ver. Uma pessoa vai ao supermercado comprar duas cabeças de pescada, não tem de sentir que não conhece o mundo. Não é saudável ter inveja de uma gamba. Uma dona de casa vai fazer compras e fica a chorar junto do linguado de Cuba, porque se lembra que foi tão feliz na lua-de-mel em Havana e agora já nem a Badajoz vai. Não se faz. E é desagradável constatar que o tamboril (da Escócia) fez mais quilómetros para ali chegar que os que vamos fazer durante todo o ano. Há quem acabe por levar peixe-espada do Quénia só para ter alguém interessante e viajado lá em casa. Eu vi perca egípcia em Telheiras… fica estranho. Perca egípcia soa a Hercule Poirot e Morte no Nilo. A minha mãe olha para uma perca egípcia e esquece que está num supermercado e imagina-se no Museu do Cairo e esquece-se das compras. Fica ali a sonhar, no gelo, capaz de se constipar.
Deixei para o fim o polvo marroquino. É complicado pedir polvo marroquino, assim às claras. Eu não consigo perguntar: "tem polvo marroquino?", sem olhar à volta a ver se vem lá polícia. "Queria quinhentos de polvo marroquino" - tem de ser dito em voz mais baixa e rouca. Acabei por optar por robalo de Chernobyl para o almoço. Não há nada como umas coxinhas de robalo de Chernobyl.
Eu, às vezes penso: o que não poupávamos se Portugal tivesse mar. Boa Páscoa.


Nota: O autor escreveu esta crónica segundo os princípios da Sexta-feira Santa: só peixe, sem referências a carne. E algum vinho…


Notícias de Marca Branca

1. Preço da gasolina voltou a subir para um novo máximo histórico: já saiu o livro "1001 aumentos do preço da gasolina que tem de ver antes de morrer".

2. A linha de bitola europeia para Badajoz que o Governo quer construir não tem continuidade assegurada no outro lado da fronteira. A partir de
Sines vai ser em bitola submarina. Proponho que seja tudo em bitola Flintstones .

3. Troika não descarta corte permanente de subsídios de férias e Natal em Portugal: a troika é eterna.

4. Bruxelas quer Vítor Gaspar com mais poderes: vai ser picado por uma aranha de Fukushima.

5. Marcelo Rebelo de Sousa, no comentário semanal na
TVI, acusou António José Seguro de promover uma "golpaça" com a revisão dos estatutos do PS. Marcelo está a preparar uma golpaça na Casa de Bragança.

6. Portugal atinge 35,4 % de desemprego jovem - e isto é já com o factor incluído.

7. Novo recorde no preço da gasolina: 1,764 euros /litro. A nossa gasolina deve ser o Moët dos combustíveis. Deve ser Super envelhecida em cascos de carvalho. Queremos o preço da gasolina indexado ao site do governo!

 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

E LÁ VAMOS CANTANDO E RINDO...

Acabou o processo Portucale. Adivinhem a sentença? Todos os arguidos foram absolvidos. Se eu lá estivesse seria condenada, considerando que nem sei onde ficavam os terrenos e as árvores...

sábado, 7 de abril de 2012

CAMINHADA PELO AUTISMO

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sexta-feira, 6 de abril de 2012

NÓS E OS OUTROS... PAÍSES

Exemplo de um país diferente: É bom saber que há países diferentes... para melhor!!!

A leitura do texto dispensa comentários...

Desde que vivo na Holanda, terminou o pesadelo do regresso à escola . 
30.09.2011 Helena Rico, 42 anos, Groningen, Holanda

A propósito do desafio sobre os novos hábitos de poupança na abertura do ano lectivo, resolvi partilhar a minha experiência uma vez que vivo no norte da Holanda, onde tudo se passa de modo completamente diferente.
Em primeiro lugar, os livros são gratuitos. São entregues a cada aluno no início do ano lectivo, com um autocolante que atesta o estado do livro. Pode ser novo ou já  ter sido anteriormente usado por outros alunos. No final do ano, os livros são devolvidos à escola e de novo avaliados quanto ao seu estado. Se por qualquer razão foram entregues em bom estado e devolvidos já muito mal tratados, o aluno poderá ter de pagá-los, no todo ou em parte.
Todos os anos, os cadernos que não foram terminados voltam a ser usados até ao fim. O contrário é, inclusivamente, muito mal visto. Os alunos são estimulados a reusar os materiais. Nas disciplinas tecnológicas e de artes, são fornecidos livros para desenho, de capa dura, que deverão ser usados ao longo de todo o ciclo (cinco anos).
Obviamente que as lojas estão, a partir de Julho/Agosto, inundadas de artigos apelativos mas nas escolas a política é a de poupar e aproveitar ao máximo. Se por qualquer razão é necessário algum material mais caro (calculadora, compasso, por exemplo), há um sistema (dinamizado por pais e professores, ou alunos mais velhos) que permite o empréstimo, ou a doação, consoante a natureza do produto. Ao longo do ano, os alunos têm de ler obrigatoriamente vários livros. Nenhum é comprado porque a escola empresta, ou simplesmente são requisitados, numa das bibliotecas da cidade, todas ligadas em rede para facilitar as devoluções, por exemplo. Aliás, todas as crianças vão à biblioteca, é um hábito muito valorizado.
A minha filha mais nova começou as suas aulas de ballet. Não nos pediram nada, nenhum fato, nem sapatos especiais. Mas como é universalmente sabido, as meninas gostam do ballet porque é cor-de-rosa e porque as roupas também contam. Então, as mães vão passando os fatos e a minha filha recebeu hoje, naturalmente, o seu maillot cor-de-rosa com tutu, e uns sapatinhos, tudo já usado. Quando já não servir, é devolvido. E não estamos a falar de famílias carenciadas, pelo contrário. É assim há muito tempo.
O meu filho mais velho começará a ter, na próxima semana, aulas de guitarra. Se a coisa for levada mesmo a sério, poderemos alugar uma guitarra, ou, facilmente, comprar uma em segunda mão.
 Este sistema faz toda a diferença porque, desde que vivo na Holanda, terminou o pesadelo do início do ano. Tudo se passa com maior tranquilidade, não há a febre do "regresso às aulas do Continente" e os miúdos e os pais são muito menos pressionados. De facto, noto que há uma grande diferença se compararmos o nosso país e a Holanda (ou com outros países do Norte da Europa, onde tudo funciona de forma idêntica). Usar, ou comprar, o que quer que seja em segunda mão é uma atitude socialmente louvável, pelo que existem mil e uma opções. Não só se aprende desde cedo a poupar e a reutilizar, como a focar as atenções, sobretudo as dos mais pequenos, nas coisas realmente importantes.
 

ps. Em Portugal também há exemplos disto. As minhas netas frequentaram o Oporto British School e o meu neto a École Françaíse de Porto. NUNCA COMPRARAM UM LIVRO. Eram cedidos pela Escola. A geração das mães e pais deles compraram livros. Só que como não havia a actual trapalhada das alterações dos currículos, os livros da mais velha passavam para a mais nova. Será a altura de batermos os pés e exigir que isso volte a acontecer. Só é mesmo preciso que não mudem os Ministros todos os anos....