quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

NUNCA O ZECA AFONSO PENSOU QUE A SUA CANÇÃO IRIA SER CANTADA CONTRA A DEMOCRACIA

No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia

As portas á chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
São os mordomos

Do universo todo
Senhores á força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada


No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhe franqueia
As portas á chegada

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada



Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
É verdade! Zeca Afonso cantava esta canção num contexto de ditadura em que se lutava pela democracia.
Hoje canta-se a mesma canção para afastar os democratas de pacotilha e preparar o espírito para uma outra forma de governação. Desconheço qual porque eu só conheci as duas . Habitui-me à primeira e a segunda destruiu-me o país e o futuro dos meus descendentes . Há que a recantar para afastar os maus espíritos e , não sei como, fazer surgir um Porugal novo

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