CTT - UM NOVO DEPARTAMENTO OU A FORMA DE ENTRETER OS CLIENTES

Ir à principal secção dos CTT de Matosinhos é uma tarefa que dá dores de cabeça só de pensar. As manhãs, sobretudo em dias de pagamento de reformas, são de fugir. Como em todas as estações temos de tirar o bilhete de ordem. Normalmente há mais de 30 pessoas à nossa frente. Os mais espertos começam logo por tirar duas senhas: uma para produtos financeiros e outro para o atendimento geral. Como os primeiros têm menos procura neste momento, os chicos espertos das 2 senhas correm para lá quando chamados mesmo que na quase totalidade das vezes vão fazer registos, ou comprar selos (a máquina distribuidora automática já nem se lembra quando funcionou a última vez, pois está parada há anos). E o funcionário lá faz o geito e nós fazemos de parvos. Como em muitas das estações, a maior parte do espaço encontra-se ocupada com expositores de livros, que já não se limitam às edições da casa mas que adquiriram o aspecto de uma Feira de livros. Até há poucos dias eu estive convencida que eles estavam destinados a ajudar os clientes a entreterem-se enquanto esperavam pela sua vez dado que nunca vi niguém a comprar o  quer que fosse. Só quando li a notícia que os CTT estavam em dificuldades financeiras é que entendi que eles eram para vender. Percebi então que os livros são um destino alternativo para vencer a crise. Também deve ser por isso que na maior parte dos dias dos 5 ou 6 guichets apenas 2 ou 3 estão ocupados e que o pessoal, com cara de poucos amigos, se levanta de 3 em 3 minutos para levantar registos e encomendas porque o guichet destas está quase sempre vazio. Esquecem-se os senhores dos CTT que ir aos correios deixou de ser tão premente como há anos e que têm é de mudar atitudes e de formas de trabalhar. Se o não fizerem vão passar a ser um destino alternativo às livrarias. Mas ter que tirar bilhete para ir à livraria não é uma forma apelativa de os vender. Que me perdoem os funcionários que actuam assim porque as chefias o estabelecem.